O transporte rodoviário é o principal meio para o deslocamento de cargas no Brasil. Um exemplo bem recente dessa força foi a paralisação dos caminhoneiros no início de junho, que resultou em uma das maiores crises de abastecimentos dos últimos anos e afetou uma série de serviços em todo país.

Esse meio é o responsável por quase 63% de tudo que é transportado no Brasil, seguido pelo transporte ferroviário com 21,7%, o aquaviário com 11,7%, o dutoviário com 3,8% e por último o aéreo com apenas 0,1%. Além disso, o transporte rodoviário é o único capaz de atender determinadas cargas e chegar a determinados lugares, uma vez que é muito versátil em relação a flexibilidade de rotas, nos volumes transportados e até mesmo na forma de embalagem desses produtos.

Apesar de ser o meio de transporte mais utilizado e de possuirmos a terceira mais extensa malha rodoviária do mundo, apenas 12% dela é pavimentada. O Mapeamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) de Obras Rodoviárias divulgou que mais de 80% da malha pavimentada está sob gestão pública e deste percentual apenas 37% é avaliada com qualidade boa ou ótima, sendo que os outros 63% estão entre regulares e péssimas. Além disso, o desgaste nos veículos, o aumento do consumo de combustíveis e dos gastos com saúde por acidentes aumentam os custos de vida de uma maneira geral e dificultam a vida de quem trabalha na estrada.

Tudo isso mostra como o transporte rodoviário é importante, mas ao menos tempo sofre com a falta de cuidado e investimento. A dependência do nosso país com esse modelo de transporte é enorme e a necessidade de políticas públicas que atendam as exigências mínimas para a categoria é urgente. É necessário desenvolver projetos sólidos de longo prazo na área de infraestrutura e investir em reformas legislativas é uma forma de atingir essas condições.